Tumores do Testículo

Prof. Dr. Enrico Andrade – Prof. Dr. Gustavo Alarcon


Definição

Os testículos estão localizados no escroto que é uma bolsa situada abaixo do pênis, e estão ligados ao abdomen pelos cordões espermáticos. Produzem células reprodutoras (espermatozóides) e hormônios sexuais masculinos.

Os testículos são constituídos essencialmente por túbulos seminíferos onde se desenvolvem os espermatozóides. Os túbulos são revestidos por células de Sertoli, que protegem e nutrem os espermatozóides em desenvolvimento. As células de Leydig estão localizadas entre os túbulos seminíferos e secretam testosterona e androsterona que estimulam os desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos e caracteres sexuais secundários (por exemplo crescimento da barba, massa muscular, alteração da voz).

Um tumor do testículo é causado por células que se dividem descontroladamente. Estas células podem migrar para outras zonas do corpo através da corrente sanguínea. Esta disseminação se dá o nome de metásteses, e assim podem se originar metáteses nos gânglios linfáticos (por ex. no abdomen) ou outros órgãos (por ex. pulmões).

Apesar de serem os tumores mais frequentes dos homens entre os 15 e 34 anos, são raros comparados com outros tipos de câncer. Os tumores do testículo representam cerca de 2% dos cânceres no homem, e é o câncer mais curável com mais de 95% de taxa de cura após tratamento. 
 

Tipos

A maioria dos tumores do testículo (95%) origina-se em células imaturas (células germinativas) que dão origem aos espermatozóides, sendo assim os tumores de células germinativas (TCG). Há dois tipos: Seminomas e Não-seminomas. Um terceiro tipo, os tumores do estroma, originam-se nos tecidos de suporte do testículo.

Cerca de 40% dos TCG são Seminomas, que podem ser típicos (a maioria) ou espermatocíticos (a minoria). Os primeiros ocorrem geralmente num só testículo causando aumento de volume ou então uma massa indolor no testículo. Os segundos crescem lentamente, não metastizam e ocorrem por volta dos 65 anos.

Aproximadamente 60% dos TCG são não-seminomas e desenvolvem-se em homens mais jovens (entre os 15 e 35). A maioria contém células de pelo menos 2 subtipos: coriocarcinoma, carcinoma embrionário, teratoma ou carcinoma do saco vitelino.

Mais raros são os tumores dos tecidos de suporte, chamados de tumores de células de Sertoli e os tumores de células de Leydig.

Factores de risco e causas

As causas dos tumores de testículos ainda permanecem desconhecidas. Os homens com maior risco são os que nascem com um testículo não-descido (criptorquidia), ou seja que permanece no abdomen em vez de descer para o escroto. Rapazes com esta alteração têm um risco aumentado de desenvolver um câncer do testículo se não tratados até aos 2 anos. Outros factores de risco incluem: idade jovem, raça caucasiana, antecedentes familiares, problemas de fertilidade. A vasectomia ou traumatismo testicular não originam tumores do testículo.
 

Sinais e sintomas

Os tumores do testículo nem sempre produzem sintomas. O sinal mais comum é o aumento de volume testicular ou a presença de uma massa palpável e geralmente indolor num ou nos dois testículos. Outros sintomas incluem a sensação de peso, desconforto no escroto, região inguinal ou abdomen, sensação de mal-estar e cansaço.

Alguns tipos de tumores (por ex. coriocarcinoma, tumor de células de Leydig, tumor de células de Sertoli) produzem altos níveis de hormônios como a B-HCG, estrogênios, testosterona, que podem causar respectivamente aumento da sensibilidade mamária e aumento da glândula mamária chamado ginecomastia, perda de desejo sexual (libido), e aparecimento precoce de pelos no corpo e na face e interrupção do crescimento nos rapazes.

Os tumores do testículo metastizados podem originar dores ósseas, sensação de falta de ar (dispneia), dores torácicas, e tosse.

Estes sintomas não significam que se tenha um tumor do testículo mas se estiver preocupado deve consultar o seu médico. 
 

Diagnóstico

A maioria dos tumores testiculares é descoberta ou pelo próprio doente (por acaso ou no auto-exame para pesquisar massas) ou então pelo médico na consulta.

O diagnóstico implica uma história clínica para apurar fatores de risco, desenvolvimento das queixas etc., o exame objectivo para avaliar o escroto e eventuais gânglios linfáticos e exames complementares de diagnóstico, ultra-som escrotal e análises sanguíneas (com determinação de AFP, B-HCG e LDH).

A única hipótese de se obter um diagnóstico definitivo de um tumor do testículo é através de uma biópsia, que no caso testículo consiste na remoção do testículo afetado (orquidectomia radical), ao contrário de outros órgãos em que é removida uma amostra de tecido. A remoção de um testículo não afeta a fertilidade assim como a potência sexual (na premissa que o outro seja saudável) e em muitos casos será o tratamento definitivo do tumor do testículo.

A extensão da doença no organismo, ou seja o estadiamento, é determinada pela realização de outros exames complementares de diagnóstico: Rx de Tórax, CT de abdomen e  torácico ou mesmo Ressonância Magnética Nuclear (R.M.N.)

Assim a doença pode-se encontrar nos seguintes estádios:

• Estádio 1 – o câncer encontra-se limitado ao testículo. 
• Estádio 2 – o câncer estendeu-se aos gânglios linfáticos no abdomen
 
• Estádio 3 - o câncer estendeu-se aos gânglios linfáticos no tórax
• Estádio 4 - o câncer estendeu-se aos outros órgãos
 

Tratamento

As opções de tratamento dependem de vários factores, incluindo o tipo de tumor e seu estádio, o estado geral do doente e a vontade do mesmo. A cirurgia pode ser combinada com a radioterapia ou com quimioterapia.
 

Prognóstico

O prognóstico depende do estadio da doença no diagnóstico, porem mais de 95% dos casos são tratados com sucesso.

 

 
 

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