A cólica renal é uma dor tipo intermitente, que se caracteriza por um aumento progressivo de intensidade seguido de alivio para depois se agravar novamente. Estas cólicas, poderão variar entre um ligeiro desconforto no flanco e uma dor intensa com irradiação da região lombar até á região inguinal, necessitando por vezes de internação hospitalar, afim de se proceder a uma terapêutica (medicação) eficaz para controle da dor. Durante as crises não existe uma posição antiálgica (que diminua a dor) e os doentes, pelo contrario, ficam em grande agitação, não encontrando alivio com qualquer posicionamento.

(foto: cálculo de oxalato de cálcio)

A obstrução do ureter (canal de aproximadamente 30 cm de comprimento e diâmetro de 3 a 5 mm, que liga o rim a bexiga) provoca impedimento da progressão da urina, levando a uma dilatação da via urinária, que provoca a dor em cólica. Quando a obstrução é completa a dor pode diminuir e o doente pode ter uma impressão falsa de melhora, o que poderá conduzir a uma situação de maior gravidade.

A dor é do lado da obstrução, mas o foco de maior intensidade pode depender da sua localização. A cólica frequentemente inicia-se na região lombar, mas também pode ser sentida no abdomen, região inguinal ou nos genitais. Pode associar-se a náuseas, vómitos e aumento da frequência das micções ou urgência de urinar. Frequentemente pode estar associado hematúria (sangue na urina) que pode ser visível ou só no exame da urina.

Os rins estão situados na região lombar, ligeiramente abaixo da 11ª costela e tem como função a filtração e eliminação de metabólitos do nosso corpo. Alguns desses metabólitos poderão em determinadas circunstâncias cristalizar e aglomerar-se constituindo-se assim em cálculos.

Um cálculo renal pode permanecer silenciosamente no rim até ser descoberto acidentalmente, por algum exame de ultra-som ou tomografia.

O diagnóstico é feito pela história clínica e observação do doente, mas apenas com exames de imagem poderemos confirmar o diagnóstico e determinar a localização da obstrução e o tamanho do cálculo. Um Rx simples e Ultra-som do aparelho urinário são exames iniciais realizados, podendo no entanto ser necessário uma Tomografia para o diagnóstico e indicar o tratamento necessário.

Terapêutica da Cólica Renal

Dado a intensidade da dor, os doentes, normalmente, recorrem a Serviços de Urgência, onde após diagnóstico será administrada terapêutica adequada de analgesia e profilaxia das complicações.

Muitos cálculos são suficientemente pequenos para serem eliminados naturalmente ao fim de algum tempo, mas outros poderão, pela sua dimensão ou pela sua forma poderão obstruir o ureter e não serem eliminados. O urologista deverá avaliar a possibilidade de saída espontânea, mas se houver febre (infecção urinária associada) ou o sofrimento doloroso do paciente se prolongar ou o cálculo urinário não for eliminado espontaneamente, deverá ser indicado um procedimento cirúrgico.

A terapêutica cirúrgica poderá ser não invasiva, Litotripsia Extracorporea por Onda de Choque (LECO), mini-invasiva (endoscópica) ou cirurgia tradicional.

Todos os cálculos extraídos ou eliminados deverão ser analisados afim de se instituir dieta e terapêutica profilática adequada.