Tumor da Bexiga

Prof. Dr. Enrico Andrade – Prof. Dr. Gustavo Alarcon


Considerações gerais

Existem vários tipos de tumores que afetam a bexiga, sendo o mais frequente o carcinoma papilífero da bexiga. Trata-se de um dos tumores malignos mais frequentes. É cerca de três vezes mais frequente no homem que na mulher.

O factor de risco mais importante é sem dúvida o tabagismo, embora, como é óbvio, possa aparecer em não tabagistas. Existe uma tendência familiar para o desenvolvimento deste tipo de tumor, ou seja, o risco é maior em pessoas que tenham familiares diretos com esta patologia.
 

Diagnóstico

O aparecimento de sangue na urina (hematuria) é, habitualmente, o primeiro sinal de alerta para a possibilidade de existência de um tumor da bexiga. Este sinal pode aparecer isolado ou acompanhado de outros sintomas, como o ardor miccional e aumento da frequência miccional. Em certos casos a doença evolui sem que haja qualquer sintoma, sendo o diagnóstico feito somente na fase adiantada da doença.

Os exames que habitualmente são usados para uma primeira abordagem diagnóstica são a cistoscopia (exame endoscópico para observar o interior da bexiga) e o ultra-som da bexiga (US vesical). Em algumas situações é necessário exames mais detalhados, como  a Tomografia, para melhor caracterização do tumor ou para esclarecer dúvidas que possam existir após o ultra-som.
 

Tratamento

Depois de feito o diagnóstico é necessário a realização de uma cirurgia para ressecção trans-uretral da bexiga. Trata-se de uma cirurgia endoscópica, feita por via trans-uretral (através da uretra) e permite-nos a excisão do tumor, na totalidade ou em parte. O tecido retirado é analisado e o tumor fica assim caracterizado. Determinando se o tumor é superficial (apenas atinge o revestimento da bexiga) ou se é invasivo (invade a parede muscular da bexiga). Os tumores invasivos são mais agressivos e implicam no tratamento mais agressivo.

Tumores Superficiais

Quando o tumor é pequeno e superficial, a cirurgia acima referida pode ser o único tratamento necessário.
Quando tumor, mesmo sendo superficial, tem um tamanho superior a 2 cm ou existem vários tumores, pode ser necessário fazer quimioterapia intravesical. Este é um tipo de quimioterapia feita com instilação de um líquido dentro da bexiga, através de uma sonda. Este tratamento é habitualmente bem tolerado uma vez que o agente medicamentoso apenas entra em contacto com a superfície da bexiga, não sendo absorvido para a circulação sanguínea e como tal não existem os efeitos secundários habitualmente conhecidos nos outros tipos de quimiotearpia.

Tumores Invasivos

Se o tumor é invasivo, e assim mais agressivo, pode haver a necessidade de fazer uma cistectomia radical. A cistectomia consiste numa cirurgia em que a bexiga é totalmente retirada. Neste caso, por vezes, é possível a substituição da bexiga por um reservatório feito com intestino, outras vezes isso não é possível e é necessário derivar a urina para um orifício definitivo através da pele, ficando a urina colectada num saco que é colado na pele.
Em situações em que o tumor ultrapassa o limite da parede da bexiga, invadindo a cavidade pélvica, ou em que há tumor em órgãos (metástases), não há indicação para cirurgia curativa e o tratamento habitualmente escolhido é a quimioterapia.
 

Prognóstico

O prognóstico do tumor da bexiga é mais favorável quando o tumor é superficial. Nos tumores invasivos o prognóstico pode ser bom quando o tumor está confinado à parede da bexiga e é possível fazer uma cistectomia radical, sendo pior quando o tumor ultrapassa a parede da bexiga ou existe tumor disseminado em outros órgãos.

 

 
 

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